quinta-feira, 11 de julho de 2013

Sistema de produção de melão - Parte II

Implantação da cultura


1) Época de Plantio


A época de plantio mais adequada é aquela em que ocorrem as condições climáticas mais favoráveis. Além dos fatores climáticos, é importante considerar a variação estacional de preços do produto no mercado interno, bem como observar as janelas de exportação, no momento da época de plantio.
Nos plantios realizados em períodos com excessos de chuva, além de perdas na produtividade e qualidade dos frutos, observa-se uma maior incidência de doenças foliares e de frutos, e são empregadas
maiores quantidades de agrotóxicos.

2) Localização

É necessário avaliar, antes do plantio, a adequação das condições de aptidão edafoclimáticas do local para o cultivo do meloeiro. Os solos mais recomendados para o cultivo do meloeiro são os planos, com boa exposição ao sol, textura franco-arenosa a areno-argilosa, profundos, bem drenados, com boa aeração, férteis, ricos em matéria orgânica, com pH variando entre 6,0 e 7,5. A salinidade elevada afeta o
desenvolvimento das plantas, provocando decréscimos na produtividade. A combinação de alta temperatura, alta luminosidade, baixa umidade relativa e baixos índices pluviométricos proporcionam as
condições climáticas mais adequadas ao desenvolvimento e a produtividade do meloeiro. A temperatura ótima para o bom desenvolvimento da cultura do melão é de 20º a 30 ºC. Por influenciar desde a germinação das sementes até a qualidade final do fruto e sua conservação pós-colheita, é o principal fator climático que afeta a cultura. A exposição solar ótima para o bom desenvolvimento do meloeiro é entre 2.000 a 3.000 horas/ano e a umidade relativa ótima está entre 65% e 75% .


3) Rotação de culturas

A alternância de cultivos em uma mesma área apresenta diversas vantagens em relação à monocultura, além de ser uma estratégia para o manejo integrado de pragas, doenças e ervas daninhas e utilização mais
adequada dos agrotóxicos e dos nutrientes. É necessário preparar mapas de uso atual da área da propriedade, os quais podem ser utilizados para planejar a época de plantio e colheita e demais atividades agrícolas, bem como planejar a rotação de culturas. 

Calagem e Adubação


1) Calagem

 A calagem visa corrigir a acidez do solo, as deficiências de cálcio e magnésio e também prevenir a toxidez, principalmente do alumínio, ao desenvolvimento do meloeiro. Deve ser realizada pelo menos cerca de 60 dias antes do plantio. É necessário utilizar somente corretivos registrados, sem substâncias tóxicas, especialmente metais pesados, que possam provocar riscos de contaminação do solo e dos lençóis de água subterrâneos. A calagem deve ser feita visando aumentar a saturação por bases do solo a 80 % (V1 = 80%) e garantir um teor mínimo de magnésio. Quando o teor de Mg trocável no solo for inferior a 8 mmol/dm3, utilizar calcário dolomítico. 


2) Adubação

 As recomendações de adubação devem ser baseada na análise química do solo para fins de fertilidade e na diagnose foliar, como critério complementar, embora fatores como a produtividade esperada e o histórico da área cultivada devam ser considerados na tomada de decisão. Nas Tabelas 2, 3 e 4 são apresentados os teores adequados de nutrientes no solo e em folhas de meloeiro. 
  
  
Os fertilizantes orgânicos são inócuos e eficazes se estiverem sendo usados corretamente; entretanto, seu uso incorreto pode se constituir uma fonte de contaminação do solo. O perigo consiste na sua utilização sem tratamento ou com tratamento incompleto ou, ainda, na contaminação acidental dos frutos e das águas superficiais - escoamento superficial - e subsuperficiais -lixiviação.
Os fertilizantes orgânicos devem ser registrados, evitando, o uso de materiais sem composições definidas, provenientes de fontes contaminadas e com teores elevados de substâncias tóxicas - especialmente metais pesados, resíduos de agrotóxicos e microrganismos patogênicos.O contato entre os frutos do meloeiro e os fertilizantes orgânicos deve ser reduzido ao máximo. É importante que estes fertilizantes sejam misturados com o solo e completamente cobertos. É necessário considerar, quando da fertilização mineral, a quantidade de nutrientes adicionada ao solo pelos fertilizantes orgânicos aplicados.
 

As quantidades de nutrientes recomendadas para o meloeiro pela Embrapa Agroindústria Tropical para os pólos Assu-Mossoró e Baixo Jaguaribe são apresentadas nas Tabelas 3 e 4. Deverão ser evitadas aplicações de nutrientes além das recomendações, especialmente nitrogênio, para não elevar demasiadamente o conteúdo de nitrato (NO3-), nas plantas e provocar sua perda por lixiviação. 


É necessário proceder ao fracionamento das quantidades de fertilizantes recomendadas, de acordo com o crescimento e necessidade da planta, principalmente dos nitrogenados e potássicos. Na Tabela 5 é sugerido o parcelamento das adubações, que pode ser adaptado ao sistema de irrigação adotado. 

 

Na adubação de fundação, os fertilizantes minerais devem ser aplicados e misturados com os orgânicos dentro do sulco, cobrindo-os por completo. A aplicação de potássio em cobertura será realizada junto com o nitrogênio, sendo conveniente que se faça uma irrigação logo após sua aplicação, para reduzir as perdas desses fertilizantes.
É necessário utilizar fertilizantes minerais registrados, sem substâncias tóxicas, especialmente metais pesados, os quais podem provocar riscos de contaminação do solo e dos lençóis de água subterrâneos. 


Referências

EMBRAPA. Sistema de Produção de Melão. Disponível em: <http://www.cnpat.embrapa.br/frutas/cap2.pdf> Acessado em: 17 de Julho de 2013.

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